Visando trazer um pouco mais de conhecimento técnico para nossos leitores e assim conseguirmos ter animais melhor preparados e cada vez mais competitivos para nosso esporte, trazemos esse artigo que fala a cerca do comportamento canino. Gostaria muito que caso venha a surgir duvidas, que elas sejam postadas aqui e assim possamos crescer juntos em conhecimento com os debates. Boa leitura.
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Entendendo o Porquê do Comportamento Canino
Quando você faz um bolo, pode
começar com apenas alguns ingredientes básicos. O bolo que vai resultar disso
depende de como você vai usar cada um deles e sua propriedades inerentes. Nesse
sentido, drives comportamentais são bastante semelhantes. Usar esses elementos
básicos do comportamento parece óbvio e simples, mas, pela forma em que podem
ser misturados e moldados, e de acordo com as prioridades, você pode encontrar
uma diferença considerável nas atitudes e respostas dos cães a uma variedade de
situações. Adicionalmente, esses drives podem ser influenciados ou alterados.
Um cão que não possui um drive de brincadeiras particularmente forte, por
exemplo, pode com certeza ser encorajado a ser mais brincalhão. Esse preâmbulo
indica que, embora os ingredientes sejam simples, sua variedade torna a
interpretação bastante complexa, e, digamos, interessante, na maior parte do
tempo
Drives de Comportamento são
essencialmente instintos que influenciam como o seu cão vai reagir a uma dada
situação, ou estímulo. Estes são todos influenciados pela genética e pelo
ambiente, a velha questão de natureza/ criação que muitos de nós já conhecemos.
Para influenciar o comportamento, deve-se tentar manipular esses drives (dar ao
cão um biscoito quando ele senta sob comando está usando o drive de comida, por
exemplo). Esses elementos comuns a todos os cães (e a outras espécies, por
sinal) são o que torna o comportamento animal uma ciência.
Entender como encorajar (ou
desencorajar) certos comportamentos ou drives é a habilidade que todos os
adestradores procuram.
O homem primitivo reconhecia
certas habilidades nos cães que resultavam em velocidade, habilidade de
rastreio, habilidade de caça, habilidade de guarda e outras ainda, que eles
encorajavam através da reprodução seletiva e do treinamento. Todos esses
atributos eram o resultado de uma combinação específica de drives
comportamentais. Esses drives básicos, matilha, brincadeira, caça, comida e
defesa, ainda determinam os elementos fundamentais das escolhas com que nos
deparamos em nossos cães hoje.
Muitos livros e artigos comungam
do entendimento de que cães são animais de matilha. Eles preferem um estilo de
vida social, construído ao redor de outros, que nós humanos chamaríamos de
família. Essa verdade nem sempre clareia o fato de que cães variam nos seus
drives de matilha, ou que sua estrutura de matilha não é estática. Por exemplo,
o trabalho desempenhado por Cães de Faro ou Terriers difere grandemente em seu
senso de independência daquele de um Retriever ou Pastor. Geralmente, as raças
(ou tipos) que foram desenvolvidos para trabalhar mais próximos aos humanos
exibem maior comportamento de matilha, e assim, pelos padrões de muitas
pessoas, recebem rótulos, como “maior desejo de agradar” ou até mesmo de mais
inteligentes que cães mais independentes. Isso acaba sendo injusto, uma vez
que, como no exemplo dos Cães de Faro, a diferença, muito provavelmente, não é
de inteligência, mas da capacidade do “treinador” de motivar. Drive de
matilha mais baixo ou maior independência significam que companhia e
atenção não costumam estar bem cotadas como motivadores.
A maior parte das pessoas se
surpreenderia ao saber que cães precisam aprender como brincar. De fato, de
todos os drives listados, o drive de brincadeira para ser o que não é
parte inerente do genótipo de todos os cães. Para lobos e outros canídeos
selvagens, a brincadeira é o mecanismo educacional dos filhotes. Nos seus
esforços de dar o bote, seguir, pular e lutar, eles estão desenvolvendo as
habilidades necessárias à sobrevivência. Para cães domésticos, esses
comportamentos não são tão cruciais, e como os filhotes são freqüentemente
separados de sua ninhada e de sua mãe numa idade jovem demais para ter uma
oportunidade de aprimorá-los, cabe à sua nova matilha ajudar a desenvolver
isso, se é que o farão.
Um cão que possua um forte drive
de caça freqüentemente reage a virtualmente qualquer coisa que se mova. Seja
uma brincadeira de pega-pega, um cabo-de-guerra, ou caçar insetos, o drive encontra
uma forma de se expressar. O drive de caça é o que faz um Cão Pastor
trabalhar tão liricamente, e um Cão de Faro “cantar”, ele está por trás de
muitos dos comportamentos que foram priorizados por muitas gerações. A visão do
cão, ajustada para movimento a distâncias muito além de nossas capacidades, e
seu senso de olfato, que está além da nossa compreensão, são a base do estímulo
sensorial da maior parte dos comportamentos de caça. O Drive de Caça é um
componente importante para muitos aspectos da personalidade de um cão, seu
comportamento social, trabalho e brincadeira. Um forte drive de caça combinado
com socialização e práticas de treinamento positivas geralmente resulta em
alguns dos superstars do mundo canino, cuja capacidade e desejo de trabalhar parecem
ilimitados
O drive de comida parece
tão óbvio que praticamente não precisa de comentários. Ainda assim, dentro do
mundo dos cães, há um abismo entre o cão que é fortemente motivado por comida,
e aquele que não o é. É alguma coisa além de paradoxal que aquelas raças que
nós consideramos terem baixo drive de comida também possuam baixo drive de caça
e sejam tipicamente agrupadas como difíceis de treinar, ou até mesmo chamadas
de menos inteligentes? Ou é mais provável que sua falta de drives nessas áreas
para as quais a maior parte dos treinadores olha primeiro (elogios e comida)
possa não ser extremamente motivante? Independentemente, usando comida ou não,
todo o cão aprecia algum dos motivadores de que o adestrador possa se valer.
Cães primitivos (e homens primitivos também, nesse sentido) sabiam o valor de uma boa defesa. A sobrevivência poderia ser determinada pela resposta apropriada a uma situação de ameaça, como muitas que provavelmente ocorriam. O drive de defesa pode apresentar diversas manifestações. Muito da variabilidade pode ser baseada na confiança e ansiedade sentidas pelo animal.
Um animal com alta ansiedade e baixa confiança pode ganir e urinar submissivamente numa situação em que outro cão com um senso de confiança ligeiramente diferente, ou maior senso de ansiedade poderia escolher atacar. Para cães capazes de administrar seu drive de defesa e lidar com a ameaça de forma adequada, a socialização e as experiências variadas são cruciais. Um cão que teve a oportunidade de experimentar muitas coisas vai estar numa posição muito melhor para decidir quais delas representam ameaças, e quais são simplesmente novas.
Cães primitivos (e homens primitivos também, nesse sentido) sabiam o valor de uma boa defesa. A sobrevivência poderia ser determinada pela resposta apropriada a uma situação de ameaça, como muitas que provavelmente ocorriam. O drive de defesa pode apresentar diversas manifestações. Muito da variabilidade pode ser baseada na confiança e ansiedade sentidas pelo animal.
Um animal com alta ansiedade e baixa confiança pode ganir e urinar submissivamente numa situação em que outro cão com um senso de confiança ligeiramente diferente, ou maior senso de ansiedade poderia escolher atacar. Para cães capazes de administrar seu drive de defesa e lidar com a ameaça de forma adequada, a socialização e as experiências variadas são cruciais. Um cão que teve a oportunidade de experimentar muitas coisas vai estar numa posição muito melhor para decidir quais delas representam ameaças, e quais são simplesmente novas.
Adicionalmente, os drives de
defesa podem incluir comportamentos simples como evitar ou até mesmo se
esconder (eles sabem que está na hora do banho…). Esse drive básico instintivo,
de evitar e prevenir o desagradável, está baseado no instinto de sobrevivência.
Assim, ajudar seu cão a aprender a aceitar a apreciar um ampla variedade de
experiências pode assegurar que as respostas dele sejam adequadas. Geralmente
se refere a respostas inadequadas nos casos de agressão por timidez, ansiedade
ou medo, postura agressiva, entre outros.
Embora você possa ter apreciado aprender sobre
esses componentes básicos do comportamento canino, por favor não saia por aí
tentando avaliar o seu cão, ou, ainda pior, não tente analisar cada cão que
você pensar em adotar com relação aos méritos de seus drives! Fazer isso seria
um grave desserviço para você e para o cão em questão. Por exemplo, se é um cão
que você está considerando para adoção, é bem provável que outros componentes
como confiança e dominância na situação de adoção teriam importância nos drives
que você iria observar. No caso dos cães que já fazem parte da sua família,
esses drives podem ter sido influenciados pelo ambiente que você oferece. Ao
invés disso, ler isso coloca você em uma posição de ser capaz de entender
melhor o seu cão, responder aos comportamentos que ele oferece e construir um
maior e melhor nível de comunicação.
A cópia total ou parcial deste artigo só deve ser
realizada com a permissão de seu autor, informando a fonte e nome do autor.
Extraído e livremente traduzido de: http://www.digitaldog.com/behaviorintro.html
Traduzido/Adaptado por: Débora Leão
Publicado em 22 de abril de 2006
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